18 de setembro de 2010

Podemos mudar nossas escolhas passadas?


Muitas vezes não sabemos por que razão nós tomamos determinada atitude, por que escolhemos uma coisa ao invés de outra. E se tivéssemos tomado outro caminho, feito outras opções, a vida teria sido melhor? Esse dilema é enfrentado por todos nós em uma determinada época da vida. Quanto mais vivemos mais tempo deixamos para trás. Isso não é problema. O verdadeiro problema é quando ele se torna culpa – uma espécie de nostalgia maligna que nos atormenta e nos impede de continuar.

Na semana passada, escutei uma pessoa me dizer: “Se eu tivesse me casado com a minha primeira namorada ao invés de ter me casado com a minha esposa, eu teria sido mais feliz”. Eu perguntei: “Como pode afirmar isso?”. Ele respondeu: “Hoje a minha primeira namorada é uma mulher mais bonita que a minha esposa”.

Será que a beleza física por si só pode ser fator determinante de felicidade? Eu não acredito nisso, mas somos sim influenciados o tempo todo a pensar dessa maneira.

Expliquei a ele que a beleza física sempre foi pensada como sendo o bom e o verdadeiro. Se ele estava insatisfeito com o casamento não significava que sua escolha havia sido ruim, até mesmo porque ele já tinha tido várias recompensas em seu relacionamento de anos. Então eu perguntei sobre a esposa dele. O que ela tinha de bom e verdadeiro. Ele enumerou vários atributos positivos dela. Em seguida, perguntei sobre os atributos positivos de sua primeira namorada. Ele não soube me dizer, porque não tinha tido contato com ela desde a adolescência.

Ele permaneceu pensativo durante algum tempo, e de repente me disse que não sabia o porquê de ter falado aquilo. Ele estava confuso e envergonhado por ter pensado daquela maneira sobre a esposa.

Enfim, eu disse que não sabemos por que nos apaixonamos por alguém, por que escolhemos construir uma família, e decidimos ter filhos. Somos guiados por algo que vai além de nós mesmos. Somos guiados por nossos genes, cultura, aprendizado social. O que fazemos sempre tem um sentido, mas nem sempre sabemos encontrar respostas que justifiquem os nossos atos. O mais importante é saber reconduzir a nossa maneira de pensar no presente, e não elucubrar o passado. O que se foi já nos marcou, mas o que virá é uma decisão presente. Não devemos repetir padrões, e repeti-los nada mais é do que ficar nos culpando com as escolhas feitas. Somos seres altamente dinâmicos e, portanto, mutáveis. Nossa escolha presente determinará o nosso futuro, mas também ressignificará o nosso passado. Sendo assim, o ato de mudança de toda a nossa história é feito neste momento, aqui e agora. Pois, o tempo nos pertence. Cabe a nós decidir ter uma compreensão mais amável de nossa história de vida.

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