Se o cérebro pudesse nos revelar o certo e o errado seríamos bem mais felizes. Não íamos querer o errado para depois sofrermos. Mas ele não faz esse tipo de coisa, porque para ele não existe certo nem tampouco o errado. Apesar de termos cérebros evolutivamente semelhantes, a organização sináptica é totalmente diferente para indivíduos diferentes. O cérebro é como uma esponja a reter a experiência. Ninguém tem a mesma experiência. Portanto, cada um tem um jeito próprio de levar a vida. Às vezes, o nosso cérebro nos engana. Ficamos impressionados como podemos ter tido determinada atitude. Você já demorou para mudar de ideia, e tempos depois percebeu que estava totalmente equivocado? Quantas vezes somos reticentes em mudar de opinião, e justificamos a nossa ação com fundamentos nem tão fundamentados assim? Acreditamos nas coisas porque o cérebro nos diz que assim é melhor, mesmo que não seja. Muitas vezes temos outros cérebros ao lado a nos convencer que aquele seria o melhor caminho a seguir. E no futuro descobrimos que não estávamos errados sozinhos, os outros também. O que de certa maneira acaba nos aliviando. Em suma, não podemos acreditar totalmente naquilo que acreditamos. O tempo da experiência nos mostra a verdade, se não formos tão rígidos para não conseguir enxergar, é claro.
Você pode estar pensando que somos mais do que o nosso cérebro. De fato somos. Somos também a nossa mente, algo que transcende a estrutura cerebral. O cérebro é somente um órgão como o estômago, intestino, fígado. Todos os órgãos nos fazem ser quem somos. Quem já teve uma prisão de ventre sabe o que é se sentir enorme, feio, inadequado, irritado, ou melhor enFez(es)ado - cheio de fezes a nos fazer tomar atitudes incoerentes.
Podemos ir mais longe porque temos a consciência. Ter consciência não significa estar acordado apenas. É prestar atenção em nossas ações; ter habilidade em dar respostas às demandas da vida, e assumi-las. Mesmo assim ainda somos muito ignorantes. É preciso evoluir mais e mais.
O cérebro nos engana. Ele tem escolha própria. Por que isso ocorre? Porque não temos consciência de tudo o que experimentamos. Imagine uma criança que está iniciando suas descobertas. Ela quer mexer em tudo. Porém, a mãe quer ensinar limites. E acha que se bater na mão da criança a dor inibirá a ação. A criança chora. Então, arrependida a mãe beija a mão da criança e pede desculpas, dizendo que fez aquilo para o bem dela. Daí surge a memória de um sentimento contraditório prazer-dor. Adulta ela vivenciará a ansiedade. Ansiedade é um sentimento de espera de que algo bom pode acontecer, mas e se não acontecer? Surge o conflito, que é sempre uma corda puxada de um lado ao mesmo tempo encontrando uma resistência do outro.
O pior sentimento é a dúvida. Duvidar é estar entre duas escolhas e se sentir ameaçado pela possível escolha errada. É um sentimento diferente da incerteza. Porque, na verdade, ninguém pode ter certeza de nada senão quando a realidade se mostra no tempo presente.
O cérebro brinca com a gente. Podemos também brincar com ele.
Verifico que os nossos medos raramente são coerentes. Sentimos medo quando algo nos ameaça no tempo presente, ou seja, quando existe perigo iminente. Elucubrar uma possível ameaça futura não é medo, e sim preocupação. Acompanhado vem a ansiedade, o conflito, a dúvida, a angústia, porém nunca a realidade coerente.
Neste momento posso brincar com o meu cérebro e desfazer minhas elucubrações. Sei que nada pode ser resolvido neste instante se o problema ainda não se apresentou. E se caso ele de fato surgir terei de enfrentá-lo. Todos nós somos munidos com os instrumentos necessários para enfrentar a adversidade. Não morrerei por ter de enfrentar uma situação difícil. O sentimento de ansiedade vem carregado com o sentimento inconsciente de derrota, humilhação. Ninguém pode nos humilhar sem que nos sentimos humilhados antes. E quem disse que somos inferiores se na verdade o que vivemos é somente uma aventura de aprendizado.
É necessário prestar atenção para não sermos enganados pelo passado. O que passou precisa ser renovado, ter um novo significado. Portanto, não deixe que o seu cérebro mantenha um padrão que não serve para você seguir adiante. O cérebro quer economizar energia, por isso nos leva aos hábitos, e por que não dizer vícios.
Para mudarmos o comportamento temos de passar pelo desconforto, e isso exige energia extra. É difícil só no início, depois ele se habitua com a novidade, e quando menos esperamos somos outra pessoa.
QUE MARAVILHA!!!VOCÊ NASCEU PARA NOS AMAR É UM PONTO DE LUZ EM NOSSAS VIDAS ...OBRIGADA POR EXISTIR.
ResponderExcluirQue bom que o nosso cérebro não pode nos prever o certo e o errado. Se ele o fizesse perderíamos tantos momentos, tantos sorrisos, tantos prazeres, tantos medos...
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