20 de abril de 2011

Atendimento bom pra cachorro



Ontem passei toda a manhã em busca de tratamento para o meu cachorro. Apesar de cansativo não foi difícil encontrar solução para o caso. Isso porque houve boa vontade e interesse de três veterinários. O primeiro me disse que o problema do cão era grave, então ele não se achava competente o bastante para tratá-lo. Ele acertou o diagnóstico, foi sincero e eficaz no seu trabalho. Ligou para o colega, especialista no caso, e passou todas as informações referentes ao exame clínico feito por ele, mesmo assim não quis cobrar a consulta. O segundo me disse que ele teria de fazer uma radiografia imediatamente, ligou para uma veterinária e me encaminhou já na hora do almoço. A terceira veterinária estava me aguardando para o exame. Assim que terminou, ela ligou para o veterinário pedindo que ele não deixasse de consultar o cachorro naquele momento, porque ele precisava ser medicado urgentemente. Ele não se opôs, e no início da tarde o meu cachorro já estava medicado e se sentindo melhor.
Conheço bem o problema do meu cão, porque a minha mãe faleceu em decorrência da mesma doença. Lembro-me de ir com ela a vários especialistas. Hoje, sei que o problema não é difícil de ser tratado, só precisa de acompanhamento mais direto, e muita cooperação por parte do doente. No caso de minha mãe, ela não era cooperativa e os médicos tampouco persuasivos.
Hoje, eu acompanho uma senhora de 92 anos com o mesmo problema. Para a minha surpresa, o problema dela não é visto pelos médicos com facilidade Ou seja, a história de minha mãe se repete em circunstâncias e épocas diferentes. Esta senhora já faz a peregrinação por vários consultórios médicos há seis meses. Para ser exato, ela procurou quatro médicos, e cada um disse coisas absurdas, sem falar nos medicamentos que nada resolveram pela falta de indicação. Ela está com dificuldades respiratórias e se cansa facilmente aos mínimos esforços.
O que me faz pensar na incapacidade de se reconhecer um sintoma e fechar um diagnóstico está na falta de interesse em estar mais próximo ao outro. É preciso se comover (mover junto ao outro – ter compaixão) como os veterinários.
Acredito que a falta de um bom olhar dos profissionais da doença (prefiro chamar assim ao invés de profissionais da saúde) cogitam que o problema de uma pessoa mais velha é simplesmente a idade. Desde quando a idade é um problema? Nunca foi e nunca será. Um problema é um problema. Ele precisa ser avaliado com mais proximidade. É fácil culpar a idade quando não se sabe como resolver. O grande empecilho é a falta de interesse e, sobretudo, humildade em reconhecer os limites do saber.
Enquanto escrevo vejo o meu cão latir no jardim. Ele corre para o portão porque a campainha tocou. Acho que vou indicar esses brilhantes veterinários para consultar a senhora que eu acompanho.
    

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