Não é possível racionalizar sem sentir. O sentimento
está à espreita. Sempre que se pensa algo está lá o sentimento, mesmo que não
consciente. Nada fica sem o sentir. Mesmo se eu quisesse entender o que se
passou no dia 05 de dezembro de 1911 (não encontrei nada nesta data no Google)
não saberia dizer o que de fato ocorreu. Mesmo se eu soubesse tudo seria
conjectura, ou seja, maneiras de formar idealizações. O que é uma ideia? Nada mais
que imagens na mente. Não é só visual, porque a mente é mais complexa do que
isso, ela vislumbra a imagem de modo total. Ela imiscui várias imagens sensoriais
formando algo a se tornar pensamento. Lembra-se da cena na praia quando você construía
castelos de areia? Se não lembra é pelo fato de nunca ter construído um. Mas será?
Pense um pouco. Se você pensar mais um pouco, poderá sentir que construiu,
mesmo sem ter feito. Somos instigados a colocar imagens onde não existe. Temos uma
mente criativa, que detesta lacunas. Espaços em branco são logo preenchidos. Por
isso, temos justificativas para tudo. Atendo a uma pessoa que diz: “nossos
bolsos estão cheios de justificativas para os nossos erros”. Concordo com ele. Assim
somos todos bons.
Se pensarmos bem, para
quê saber se não encontraremos respostas? Vivemos tentando sair do labirinto de
nossa insignificância. Contudo, acreditamos em nosso valor. Enaltecemos a nossa
incompreensão com teorias. Assim, nos sentimos mais importantes.
O que seria a
compreensão senão uma maneira de criarmos um entendimento? Isso só serve para
desenvolver mais teorias, ficarmos mais adestrados nas questões da vida.
Algumas vezes me sinto
exausto em não acreditar mais em nada. Nada é real, só o que pretendemos que
seja. A vida é um grande vazio cheio de conjectura, a qual nada significa em
sua própria essência.
Nós construímos
conceitos híbridos para depois nos tornarmos confusos em nossa dubiedade. Os conceitos
só existem para nos dar segurança. Ninguém pode alcançar a razão senão por
conveniência. Quanto menos sabemos, mais acreditamos nas estapafúrdias daqueles
que nos querem convencer de suas teorias. Isso, de certo modo, nos tranquiliza,
ameniza nossa ignorância.
tem algo bom no saber,poder escolher a resposta individual, mesmo que temporariamente; e assim criar alguma base, trajetória, alguns vínculos,laços invisíveis amarrados por alguma "razão" e conveniência, como disse, e aí talvez o resto seja só resto mesmo (msm sem darem conta disto)..., porém esse dar se conta da resposta que é uma verdd não exata, mas pessoal e talvez até inconveniente, não só tira as bases seguras, quanto rompe laços. Resultado: exaustão, vazio, das coisas seguras, convenientes e concretas. Mas por outro lado permite um vôo livre acima disto tudo...
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