12 de outubro de 2012

Contar história








Contar história é importante, porque somos fundamentados na linguagem. O que nos faz humanos é a capacidade de transferir símbolos uns aos outros. Sem a comunicação ficamos isolados, nos sentimos insignificantes e impotentes.

A linguagem é natural à nossa espécie. Nosso cérebro evoluiu para falar e ouvir palavras. Somos inatos em apreciar uma história de vida. Quando ouvimos a história do outro revemos a nossa própria história. Nossa memória é dinâmica, portanto, precisa estar em constante mudança. Se não a usarmos, ela atrofia. Ou melhor, os nossos neurônios atrofiam e morrem.

Por meio da história aprendemos a ser diferentes. Em qualquer história existem códigos culturais, aprendemos muito pela tradição. Por isso, entendo que as pessoas mais velhas que possuem mais histórias do que os mais novos, e que puderam vivenciar mais fatos e adquirir mais experiências, podem auxiliar aos mais novos. 

Ninguém sai de uma relação sem aprender algo. Podemos pensar que aprenderemos tudo que quisermos por meio da internet, mas isso não é verdade. A internet nos dá um apanhado de informações superficiais. Os gestos complementam a história. É preciso estar em contato pelo corpo, visualizar os gestos e as emoções. Somos apaixonados por histórias porque ela nos dá um sentido. Nem sempre sabemos qual, mas ela sempre terá relevância para nós.

Bem,  sempre estamos contando uma história. Quando alguém pergunta como foi o seu dia, você começa a contar uma história. Qualquer forma de expressão é satisfatória.

Eu trabalho com pessoas mais velhas, e presencio o que é estar sozinho e não ter com quem conversar. Isso é devastador para uma vida. Acredito que não podemos estar isolados, isso nos faz sofrer e até mesmo adoecer. Por isso, há 20 anos venho me dedicando para informar às pessoas que uma conversa nunca é bobagem, é sobrevivência. Porque sem ter a presença do outro perdemos a confiança em nós mesmos.

Então, descobrir a história do outro é descobrir o próprio Santo Graal. 

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