5 de abril de 2011

Crítica e Autocrítica Parte 3

Idealização

O problema é e continua a ser a idealização. As pessoas idealizam uma situação ou o outro como elas querem que seja. Isso, sem dúvida, é uma maneira intolerante de idealizar. Vocês podem olhar para mim agora e pensar: “Como ele é bom, bonito, verdadeiro.”. Eu costumo escutar elogios quando termino uma palestra. As pessoas se esquecem de um detalhe, eu não termino aqui. A minha história continua em minha casa, no meu trabalho, na minha vida ulterior. Essa palestra aqui é como um filme, ela tem final feliz. Todavia, como o personagem será daqui para frente ninguém sabe.

Não podemos nos esquecer de que somos dinâmicos, mudamos não somente de roupa, mas também de coração. Apesar de ser muito mais demorado mudar de coração. De qualquer maneira, o envelhecimento nos dá essa oportunidade.

Não devemos nos fixar em uma ideia, caso contrário nós seremos tolhidos pela expectativa. A ideia que o outro faz de nós nos faz sentir responsáveis em ser aquilo que o outro espera de nós. Cumprir um papel, seja de um bom pai, bom profissional, boa pessoa, e assim por diante, é uma escravidão. Todo escravo é tenso, porque ele está sempre em busca da liberdade. Portanto, eu posso receber o elogio ou até mesmo a crítica negativa, mas com certeza terei de passar isso que recebo pelo tribunal de minha razão. Aqui entra a minha autocrítica. Ela deve ser bem apurada para eu mesmo não me trair, não acreditar que o filme termina aqui. E se todos me aplaudiram um dia não significa que sempre receberei aplausos. Não é assim. Preciso me colocar também no tribunal da razão e saber que eu posso acertar um dia e errar no outro. Isso é movimento. Isso é vida.


continua amanhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário