O Bom, o bonito e a Autoexigência
Desde cedo acreditamos que somos bons porque aprendemos a gostar de elogios: “Você é um bom menino”; “Você é uma menina linda”; “Você é inteligente e verdadeira”. Mas, por trás de cada elogio vem também a responsabilidade de continuar a ser aquilo que os elogios nos fazem ser.
Em diversas épocas históricas o conceito de beleza vem entrelaçado com a ideia de bondade. Por assim dizer, a forma bela subentende a boa alma, harmônica e perfeita. O que agrada aos olhos é aceito, trazido para perto, tocado. O que desagrada é recusado, apartado, ignorado. Enfim, não é de se espantar porque as pessoas têm tanto medo de parecerem feias. Elas fazem de tudo, se escravizam pelo mito da beleza, porque no fim o que elas querem mesmo é serem amadas. Todos nós temos um poço de carência.
O problema de seguir o caminho da perfeição (idealização), ao mesmo tempo em que se critica o outro, é o que se pode provocar no corpo. O corpo sempre sinaliza o que não está pleno. O corpo demonstra a intolerância do sujeito.
Quando exigimos demais de nós mesmos, pela autocrítica, criamos tensões musculares. Essas tensões são em decorrência de a formação de uma couraça de proteção. O corpo se prepara para lutar ou fugir. Ou seja, sempre que o corpo idealiza um perigo ele se prepara para reagir. O outro se torna o alvo de críticas, porque o outro é o perigo, a ameaça iminente. Uma pergunta comum da idealização nesses estágios de defesa é: “O que o outro vai dizer?”, “o que o outro vai pensar?”. No fundo, a preocupação é: “Será que serei rejeitado?”.
Para se proteger é necessário haver emoção da raiva, pois ela mobiliza o organismo para a sobrevivência. A raiva é materializada no corpo pela liberação de dois hormônios, a adrenalina e o cortisol (corticoide endógeno). Esses hormônios são potentes e uma vez liberados indiscriminadamente eles fazem um estrago no organismo, provocando diversos sintomas. Sintomas estes bem conhecidos por todos nós: prisão de ventre, diarreia; azia, dor no estômago, refluxo; palpitações, angústia, respiração superficial; insônia e preocupações indefinidas; dores musculares, principalmente na coluna (eixo); esquecimentos constantes, irritabilidade, só para citar alguns.
continua amanhã.
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