23 de agosto de 2011

Lançamento




Por que é tão difícil estar satisfeito com o tempo? Uma pessoa que enfrenta um problema reclama que o tempo demora passar. E quando ela vive uma situação prazerosa reclama que o tempo passa rápido demais. E quando tudo está bem, sem grandes problemas ou maiores prazeres, reclama que a vida está entediante.

Estamos atravessando uma época de redefinições de valores humanos. E na era da informação desenfreada e da tão declarada falta de tempo, os bons valores se tornam cada vez mais superficiais, enquanto outros ganham espaço. Num mundo globalizado e com toda essa tecnologia presente em nossas vidas não é de se estranhar que o tempo pareça passar mais rápido. Contudo, esse tempo a que as pessoas se referem é o tempo do mundo das coisas, da matéria, da causalidade mecânica.

Neste livro, Pedro Paulo Monteiro traz aos leitores uma belíssima reflexão sobre o nosso tempo. O tempo de cada um, que não tem idade, que não envelhece. Só compreenderemos o nosso próprio tempo quando refletirmos sobre ele. Para o autor, enquanto estivermos distraídos, continuaremos a fazer escolhas que nos roubam o pouco tempo que temos para estar junto a nós mesmos.

O ego se alimenta de imagens, de ilusões, e é ele que mantém também o confinamento da alma livre e criadora. Valorizar o ego em detrimento da alma é estar aprisionado no tempo produzido, num tempo que é somente marcação, uma ilusão inventada. A partir desse pensamento, Pedro Paulo mostra ao leitor que o nosso maior desafio é reconhecer as ilusões e recusar valorizá-las. Temos de nos livrar da prisão do ego para aproveitar melhor o nosso tempo vivido, o tempo da alma. Estar somente no tempo cronometrado é estar fora, no devaneio da inquietante passagem do tempo. Precisamos assumir o nosso próprio tempo, e saber que só ele nos pertence.
A proposta deste livro é mostrar que o tempo não existe como pensamos. Se o tempo é abstração ele só pode fazer parte da consciência individual. Para a consciência o tempo não pode ser medido nem tampouco quantificado, ele simplesmente é. O tempo que provoca angústia é o tempo cronológico. E é isso que Pedro Paulo Monteiro nos ensina nesta preciosa obra. Se deixarmos de insistir tanto nas medidas do relógio o tempo será diferente, e ao ficarmos mais focados em nossas reais necessidades poderemos ser senhores de nosso próprio tempo.

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