3 de agosto de 2011

Volta para casa

Quando vivo momentos deslumbrantes tiro uma fotografia mental, recolhendo o máximo das sensações do momento. É uma imagem para memorizar, deixar nos recantos de minha mente para nunca mais esquecer.
Ontem ao viajar de volta ao Rio de Janeiro, após uma reunião com a minha editora em São Paulo, vinha no fim da tarde, e através da janela do avião via parte do céu se despedindo do dia e parte já na penumbra da noite. Eu estava escutando Grieg in A menor op16. A sensação me vinha junto com a hora da ave Maria. Parecia que eu escutava a oração por trás do concerto. Era uma sensação de leveza, de retidão em mim mesmo. Isso para mim é religião, um forma de me reconectar com o divino, da fé e da paz que enleva a alma. Isso é o verdadeiro sentimento de amor, um movimento de abertura para viver o melhor de mim para comigo mesmo. Naquele momento nada existia senão as duas etapas do crepúsculo silencioso. 

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