22 de outubro de 2011
Em que podemos acreditar?
A verdade nada mais é do que aquilo que investimos nosso juízo sensato em algo que gostaríamos que acontecesse. Se algo faz sentido, pronto, acreditamos que seja verdadeiro. Porém, nem sempre encontramos respostas para os nossos questionamentos. As variáveis são muitas. Então, como o cérebro não suporta lacunas, ele logo cria uma verdade para preencher o vazio da questão em suspenso. Assim, ficamos tranquilos.
Nunca atravessei um período de tamanho ceticismo em várias áreas do saber. “Sei que nada sei” platônico me parece a melhor resposta para os questionamentos. A ciência avançou e com ela muitas dúvidas também. Para tentar arrumar a bagunça de conceitos imiscuído com preconceitos, e tantas lacunas deixadas pela dúvida, passo a duvidar de mim mesmo. Isso talvez seja uma saída, nem sempre a melhor, mas já é alguma coisa.
Depois de anos sem problemas físicos estou passando por um sintoma inespecífico. Como nunca precisei de médicos porque nunca tive sintomas, eis que passo por peregrinar laboratórios para encontrar o porquê de uma astenia que me tira do centro de mim mesmo. Nada ainda foi constatado nos exames, e isso tem me frustrado. Sinto que preciso ir além de mim mesmo, mas se não sei a direção, não posso dar o primeiro passo.
Estou fazendo uma dieta, pois, a astenia surge após me alimentar. Porventura seja o alimento que me deixa em apuros de sonolência. Mas, ainda não sei se é isso o que me faz sentir mal.
Fiz exames e tenho de continuar a procurar, pois até agora os exames mostram que estou saudável. Será que podemos estar saudáveis apenas pelas regras das taxas normais? Não acreditando nisso, já fui a dois terapeutas energéticos. Disse o que sentia e cada um seguiu por meus sintomas sem chegar perto do que sinto. Nada mudou. Duvidei deles da mesma maneira que duvidei dos médicos com os quais tive contato.
Em meu trabalho passo a duvidar se eu conheço bem o humano como até então tenho pensado conhecer. O humano é enigma. Só podemos dar ao outro uma pista. Mas o mapa não é a experiência da estrada. Quem anda, anda com as próprias pernas, e só quem anda sabe como é a trajetória. Ninguém pode saber o caminho se não conseguir calçar as sandálias do outro.
Enfim, não vejo como lograr a verdade, e sim uma maneira de inventá-la.
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