Os zumbis estão em
alta. A febre ficcional é intensa. Eles aparecem nos seriados americanos,
camisetas, outdoors, quadrinhos, cinema, etc. Porém, tenho visto também zumbis
modernos entre nós. Acho que nunca estivemos tão infestados deles quanto agora.
A minha preocupação
não fica localizada no mundo ficcional cujo atrativo está em assistir a um
espetáculo no qual podemos sair ilesos assim que a luz acende, e sim em nosso
cotidiano.
Na década de 30,
pacientes que sofriam de desordens de personalidade eram submetidos à lobotomia
frontal. De maneira macabra, alguns médicos esperavam o paciente dormir e
anestesiavam-no. Escalpelava o paciente, perfurava o crânio atrás da parte
superior da órbita dos olhos, região mais macia do crânio. Em seguida, o
bisturi era movido como um limpador de para-brisa em toda a área do córtex
pré-frontal, retirando-o.
Após o procedimento essas
pessoas apresentavam alguns traços comuns:
·
Eles se
tornavam preguiçosos, letárgicos, sem interesse para o que estava à sua volta;
·
Tinha
perda de iniciativa, perda de inspiração. Sem desejo de fazer nada. Queriam só a
monotonia. Ao mesmo tempo, se sentiam entediados, sem motivação para mudar;
·
Ficavam
atados a um comportamento de rotina, se tornando previsíveis. Eles queriam
ouvir a mesma estação do rádio, usar a mesma roupa, comer a mesma comida todos
os dias;
·
Eles perdiam
a capacidade de modificar suas ações e comportamentos. Eles faziam as mesmas
ações repetidamente, para obterem o mesmo resultado. Quando não, se sentiam
atormentados com reações emocionais despropositadas;
·
Eles podiam
cometer os mesmos erros diversas vezes, sem fazer nenhum esforço para fazer de
modo diferente. Às vezes, davam justificativas que as coisas eram como eram;
·
Cometiam um
comportamento danoso e os repetiam. Ao se sentirem mal, se lamentavam e repetiam
novamente;
·
Eles possuíam
dificuldade de focar numa única tarefa. Iniciavam uma atividade ou um discurso,
então se tornavam completamente distraídos e não terminavam o que começavam;
·
A
superficialidade era o slogan dos desprovidos de lobo frontal. Eles não conseguiam
aprender coisas novas, memorizar era difícil, e não conseguiam ganhar sentido
em novas situações;
·
As ideias
intrincadas e complexas eram incompreensíveis. Os comportamentos complexos eram
substituídos pelos mais simples, mais previsíveis;
·
Projetar o
futuro também estava além de suas habilidades;
·
Essas
pessoas apresentavam dificuldades em se adaptar às novas situações. Se o cadarço
do sapato partisse, elas tendiam a amarrar com o que sobrava, ao invés de
conseguir um novo;
·
Pessoas
lobotomizadas se tornavam como crianças, IMATURAS. Sem senso de
responsabilidade e com maus comportamentos frente a situações insignificantes.
Birras infantis, caras e bocas eram extremamente comuns;
·
Eles repetiam
as mesmas frases do discurso. Suas habilidades de comunicação iam se declinando
cada vez mais;
·
Eles perdiam
a habilidade de cuidarem de si mesmos;
O lobo frontal serve como central de controle, filtrando e interferindo,
focando a atenção e aquietando a tempestade dos sentidos. Não são somente
os lobotomizados cirurgicamente que apresentam os sintomas acima.
Joe Dispenza (2007:343) escreve:
"De muitas maneiras e em
diferentes graus, aqueles de nós que são emocionalmente dependentes sofrem de
algum grau de enervação, anseiam por uma existência própria de rotina, fugindo
de muitas experiências novas ou desconhecidas, e vivendo a vida em um estado
quase catatônico".
Quando o lobo frontal apresenta pouca atividade, perdemos a habilidade
em liderar, sintetizar, e coordenar todas as outras regiões do cérebro, o que
afeta bastante quem somos.
Se não prestarmos atenção caímos num poço profundo, e perdemos a nós
mesmos. É importante salientar que não sabemos quem somos, e não saberemos completamente.
Eu, por exemplo, não tenho mais a pretensão em saber quem sou, mas quero
me dominar. Perder o domínio é deixar que a minha genética e o meu passado me
conduzam.
Quando estamos viciados em nossas emoções corporais, o lobo frontal não
consegue fazer o seu papel. Ele enfraquece. Ficamos sujeitos à opinião das
massas. Ou seja, aquilo que é bom ou ruim, bonito ou feio, e assim
sucessivamente.
As doenças são na verdade uma perda de comando. Quando deixamos as
emoções do passado tomarem conta de nossa vida presente ficamos perdidos nas
brumas do conflito, não encontramos saídas, e nos paralisamos. Enquanto isso,
os hormônios de estresse são liberados constantemente arruinando nossas
células. Mais tarde, teremos o aparecimento de doenças, e mesmo assim ainda acreditaremos
numa causa médica para o infortúnio.
Quando a atividade no lobo frontal é alta temos habilidade em controlar
as nossas reações e impulsos, isso favorece o controle sobre a nossa vida.
Sabemos quem queremos nos tornar, e não simplesmente perceber os problemas sem
solução em nossas vidas.
Quando vivemos no modo sobrevivência, todo arcabouço químico influencia
o cérebro a ponto de ele estar somente no lado de fora, no ambiente, no corpo,
no tempo cronológico.
Como diz Dispenza: “Devemos mover nossa mente de volta ao cérebro”. Ou
seja, colocar o rei de volta ao seu trono. Para isso, será preciso:
·
Supervisão
·
Controle
·
Alto nível de pensamento
Caramba, fiquei com medo...
ResponderExcluirPercebi que tenho muitas semelhanças...
Preciso despertar meu lobo frontal!
Parabéns pelo texto.
Graça
Nossa nem quero falar sobre isso, apenas pensar e pensar muito no que estamos vendo neste mundo de mortos vivos.
ResponderExcluirParabéns meu querido amigo e mestre.